quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Será demais pedir que te vás?

Pergunto me vezes e vezes, porque estou tão repleta de raiva ? Porque guardo tanto nojo e rancor? Aparentemente não há razão e então penso que já passou… lembras te quando me dizias “isto já passa…”. A verdade é que eu tento e por vezes parece mesmo que nada do que aconteceu teve importância mas depois, quando parece que estou feliz, dou por mim a dar novamente importância ao passado e de facto tem demasiada importância. Faço perguntas tão simples como “Porquê?” ou “Valeu a pena?”, merecia no mínimo uma resposta seja ela qual for. Teimas tanto em me dar a merda duma resposta e eu continuo na incerteza. Sabes o quanto é mau ter vivido a merda de tantos anos cheia de perguntas? Parece que não porque nunca passas te isto mas o quanto isso me valeu é inexplicável e nunca conseguiras recompensar-me. Não há recompensa. A cada dia que passa tudo deveria melhor e no entanto cada vez te vejo como alguém que nunca foi alguém na minha vida. A promessa de que um dia voltarias foi em vão… porque eu não quero o teu corpo aqui, eu queria-te a ti. Mas afinal, tu não existes. Não passas te de uma ilusão que me criaram. Quando precisei realmente de ti tu não estavas e agora queres estar? Agora que eu já sou bem crescidinha e já não preciso de quem me defenda?... a vida mudou tanto, aprendi a lidar com cenas que não devia. Agora, os meus dias são bem mais felizes quando tu não estas… agora, agora sim podias ir embora que nem ia dar falta. Aquelas festas da escola, os jantares de pais, os aniversários dos meus amiguinhos, os meus aniversários, aquela idade em que tudo o que uma criança quer é poder ter la os pais para dar um grande abraço e ir a todos os sítios … sabes o que isso é? É a coisa que eu mais detesto e que mais invejo nos outros. Porque tu não estavas lá, porque ninguém existia… e simplesmente tive de crescer com isso. E quando alguém me perguntava porque que eu não vivia contigo? Valerá a pena dizer o quanto essas perguntas me metia raiva? Será que já percebes te que não conseguiste cumprir nenhuma das pequenas coisinhas que ias prometendo? Anos depois decidis te entrar na minha vida como se nada fosse e fizeste-a dar uma grande volta. Foi de tal maneira repentina que eu me iludi tanto mas tanto que o tombo que dei foi tão grande… mostraste-me parte do mundo que eu desconhecia existir. Foi mais fácil crescer e saber que essa parte não existia do que crescer e saber que a tua parte existia e não estava. O que é uma lágrima para ti? Símbolo de dor? De tristeza? Pois eu digo te que as minhas são de raiva, de ódio… são de nojo que tu nunca saberás controlar. Eu simplesmente podia esquecer tudo e aceitar que tu agora existas mas não consigo. É frustrante saber que tu queres existir á força toda e empurras para um lado e eu não quero que tu existas e empurro para o outro… mas estou em desvantagem e aos poucos, por muito mau que para mim seja tu estas a conseguir… controlas a minha vida como se nada fosse, dependo de ti para tanta coisa e sou obrigada a ver-te. No fundo tu queres dar mais vida á minha vida e no entanto so me estas a matar por dentro… tas a fazer tudo aquilo que eu não quero e estas a invadir o meu espaço com tanta violência que eu não tenho como me defender. Deixas-me com nojo de mim mesma por saber que sou tua. Só vieste destabilizar todo o meu mundo. Será demais pedir que te vás embora?

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