domingo, 22 de novembro de 2009

O melhor é esquecer

" Olho no fundo dos teus olhos e nada vejo. Sinto medo. Pavor.
Receio ter deixado de ser a tua melhor amiga, a tua amante, a tua confidente favorita…
Tu transformas te por completo as minhas sensações, a minha percepção do mundo que me rodeia… aquele mundo que criei juntamente contigo. Aquele que consideramos “o nosso mundo”, ou será que só eu o considerei assim? Era o nosso pequeno esconderijo da dura realidade que é o mundo real… sempre pronto a acolher-nos. Quando discutíamos e ele parecia tão escuro e vazio, mas depois, um simples beijo, uma abraço tão ingénuo, ou ate uma terna palavra de cumplicidade bastava para que se enchesse de cor e harmonia. Nenhum lugar deste mundo conseguiu ainda ser tão magico, tão meu e teu, como esse nosso recanto… e quando os nossos corpos se conjugavam tão docemente… era a perfeição que na há como explicar.
Pensei que para sempre ia acordar do teu lado e poderia ver o teu rosto tão único. Dava por mim a sentir os teus beijos tão doces e apaixonantes ao acordar. Esse teu sorriso que se abrir á medida que se ia vendo o sol bater nos vidros era simplesmente encantador. Eu fiquei fascinada a ver-te ali mesmo, ao meu lado, naquela manha.
O mais incrível é que não era uma mentira, não era um sonho, era tudo real e sincero. Como eu me senti perto de ti… parte de mim, a minha boca, os meus braços, os meus ouvidos, … estavam completamente rendidos ao efeito de segurança e prazer que causaste em mim. Querendo ou não querendo tu conquistas te me. Ali eu era tua, completamente tua.
Mas… como eu me enganei… como podes ter partilhado todos aqueles momentos comigo!? E agora, não sentir nada, nem um carinho especial, nem um pequeno arrepio quando pensas naquele nosso mundo, daqueles momentos, de mim. Como é possível que não seja ninguém no teu coração? Quando para mim, ali, tu foste tudo no meu.
É a tua forma de egoísmo!
É curioso como nunca temi que algo semelhante acontecesse. Julguei-te conquistado, julguei te seguro comigo. Desejei tanto que fosses tu o tal… estava totalmente disposta a prender-me ao que sentia. Pensei que talvez fosses para mim, tomei-te como meu e talvez por isso não tenha percebido os pequenos sinais e detalhes que diziam o contrário. Não percebi que não eras a pessoa que tu querias ter perto de ti, todos os dias. Não percebi o quando estava iludida, o quanto estava a ser possessiva… até ao dia em que te perdi.
Tu fechas-te os olhos enquanto eu olhava para ti apaixonadamente. Depois abriste-os outra vez e deste-me um beijo… e mais uma vez deixei-me dominar pelo momento de tão intensa sedução. Foi absolutamente lindo. Tu voltas-te a fechar os olhos e só disses-te “tu sabes o quanto eu te admiro, o quanto eu te adoro e és importante para mim… e também sabes que era incapaz de te fazer chorar”. Ainda te perguntei o porquê daquelas palavras que faziam daquele momento um pouco estranho e constrangedor. Respondeste que eram as palavras que querias que eu guardasse bem no meu coração. Só agora percebo que essas eram as palavras que eu deveria lembrar quando pensasse no passado, o nosso passado (porque o futuro esse, era só teu, eu já não tinha espaço lá) e tivesse a enorme vontade de chorar. Pois, tu não querias mas eu chorei por ti… chorei e choro porque ainda não consigo entender. Fui eu que fiquei sozinha, perdida, enterrada nas recordações…
Tudo mudou outra vez, a minha visão do mundo, as minhas sensações, os meus sentimentos, reacções, e até os meus gostos, tudo mudou. Ainda me recordo daquele só nosso lugar. Ainda tenho as marcas da tua última noite e do trágico do meu acordar… tu já lá não estavas.
Sinto a tua falta, desejo poder rever-te, tocar-te, beijar-te… apreciar de novo o teu rosto que me preenche o olhar, e o teu corpo nu que tanto me conquistou… sussurrar-te ao ouvido o quanto tenho sentido a tua falta. O quanto perturba chegar aquele lugar e ver que faltas tu. Às vezes vejo algumas fotografias so para recordar essas teus olhos tão lindos e tão intensos…e o teu sorriso, Único. É o que mais me fascinava em ti… o sorriso e o olhar. Tão poderosos.
É tão frustrante. Vaguear sozinha por ai, sentar me sem companhia, reler todas aquelas mensagens que me escreves-te... pensar no que senti (e sinto), mesmo sabendo agora, que nunca foste meu. É cruel, a vida é cruel! Continuo a perguntar-me porque te aproximas-te tanto de mim se a ideia nunca foi ter-me. E naquela manha, tu já lã não estavas… abandonaste-me, e nem uma carta, nem uma mensagem, nem um sinal… Nada!
Quem sabe se eu soubesse, não me teria entregue tanto, não me tinha iludido tanto, não teria sido tão parva… não me teria apaixonado. Tento encontrar-te, mas não consigo. Desapareces-te da minha vida com a mesma rapidez e ferocidade com que apareceste. Jamais te compreenderei verdadeiramente.
Não sei se exististe ou não. Se te conquistei ou não. Se te amei ou não. Não sei nada, e nada me interessa, para alem de ter a certeza de que o melhor é esquecer. "


Sofia Marques

1 comentários:

Adriana João # disse...

Olha o tal texto :) poe o do perfume :b

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